Os impactos da globalização na clonagem de seres vivos
/* Esse foi o primeiro artigo escrito para a disciplina de Globalização e Desenvolvimento Sustentável, pessoalmente não o acho excepcional, muito pelo contrário, mas nos ajudou muito a melhorar nossa produção de conteúdo científico. Você pode baixar esse artigo em PDF clicando neste link.*/
Globalização e Desenvolvimento Sustentável
Autores:
Giovana Marchesin
Jean Mezzalira
João Marcos Santos
Renner Belo de Souza
Itatiba, SP
2018
Seminário de Pesquisa apresentado à disciplina de Globalização e Desenvolvimento
Sustentável, dos Cursos de Engenharia Civil e Engenharia da Computação da
Universidade São Francisco, sob a orientação metodológica da Profa Laira Lucia Damasceno de
Oliveira, como exigência parcial para obtenção da nota referente à N1.
Prof(a). orientador(a) do seminário de
Graduação: Laira Lucia Damasceno de Oliveira.
OBJETIVO
Este seminário tem como objetivo mostrar os
impactos positivos e negativos da clonagem de seres vivos e como esse mecanismo
funciona.
PALAVRAS-CHAVE: Dolly, Clonagem, Globalização, Experimentos e
Células.
INTRODUÇÃO
As células-tronco são células cuja a
capacidade de se transformar (diferenciar) em qualquer célula especializada do
corpo, ou seja, células características de uma mesma linhagem. Elas são capazes
de se renovar por meio da divisão celular mesmo após longos períodos de
inatividade e induzidas a formar células de tecidos e órgãos com funções
especiais. Diferente de outras células do corpo, como as células musculares, do
sangue ou do cérebro, que normalmente não se reproduzem, células-tronco podem
se replicar várias vezes. Isso significa que a partir de uma cultura de
células-tronco é possível produzir milhares. Apesar de obtermos tais
especificações sobre essas moléculas, pesquisadores ainda não têm conhecimento
vasto do que induz a proliferação e autorrenovação dessas estruturas.
Um outro obstáculo que desafia os
cientistas é a questão da diferenciação: como células indiferenciadas
simplesmente passam a ter funções especializadas, como os gametas e células
sexuais? Sabe-se que, além dos sinais internos controlados por genes, o
processo é ativado também por sinais externos, incluindo a secreção de
substâncias químicas por outras células, o contato físico com células vizinhas
e a influência de algumas outras moléculas.
Embora muitos laboratórios de pesquisa
consigam induzir a diferenciação pela manipulação de fatores de crescimento,
soro e genes, os mecanismos detalhados que regem o processo não são claros.
Entretanto, encontrar a resposta para o problema pode ampliar o potencial
terapêutico das células-tronco, já que células, tecidos e órgãos poderiam ser
produzidos em laboratório ou recuperados no próprio corpo. Além disso,
forneceria uma compreensão bem maior sobre doenças como o câncer, desencadeadas
pela divisão anormal das células.
Tipos: As células-tronco podem ser classificadas em totipotentes,
quando conseguem se diferenciar em todos os tecidos do corpo humano, e pluripotentes
ou multipotentes, quando são capazes de se transformar em quase
todos os tecidos, exceto placenta e anexos embrionários. Células-tronco oligotentes
diferenciam-se em poucos tecidos, células-tronco unipotentes
se transformam em um único tecido.
Essas estruturas podem ser divididas,
de acordo com a origem, basicamente em células-tronco derivadas de tecidos
embrionários (somáticas) e células-tronco derivadas de tecidos
não-embrionários (adultas). Células-tronco pluripotentes
poderiam, teoricamente, derivar de qualquer célula humana.
Células-tronco
embrionárias são aquelas que formam o interior do
blastocisto, um aglomerado celular que dará origem a tecidos e órgãos
necessários ao desenvolvimento do feto. A maioria das pesquisas atuais utiliza
este tipo de célula-tronco para produzir mais células-tronco, que podem ser
congeladas e divididas em laboratório. Posteriormente, são divididas e
estimuladas para se tornarem células ou tecidos especializados.
Células-tronco
adultas são células indiferenciadas
encontradas no meio de células diferenciadas que compõem as estruturas do
corpo. Elas têm a função de renovar e reparar os tecidos do corpo. Acredita-se
que residam em nichos dos tecidos, algumas nas camadas externas de pequenos
vasos sanguíneos, onde permanecem sem se dividir até que isso seja necessário.
Por existirem em quantidades reduzidas
no corpo e pela dificuldade que apresentam para se dividir em relação às
embrionárias, a produção em laboratório desse tipo de célula-tronco é limitada.
Mesmo assim, cientistas desenvolvem a cada dia novos métodos para incrementar a
cultura e manipulação destas células para utilização em tratamentos de lesões
ou doenças.
Células-tronco
pluripotentes induzidas (iPSCs) são células adultas
que foram geneticamente reprogramadas para o estágio de células-tronco
embrionárias. Estudos estão sendo realizados para avaliar como a técnica
poderia ser utilizada de forma segura em seres humanos. Em animais, a
introdução de fatores de reprogramação celular com vírus pode, eventualmente,
desencadear tumores. Entretanto, a estratégia parece promissora na medida em
evitaria, teoricamente, a rejeição.
DESENVOLVIMENTO
A clonagem consiste
em uma população de moléculas, células ou organismos que se originaram de uma
única célula e que são idênticas à célula original à elas e está diretamente
ligada à globalização, pois é o processo de
aproximação entre as diversas sociedades e nações de cientistas existentes por
todo o mundo, para a melhora no desenvolvimento desse “achado”, ligando
diferentes povos para descobrir novas maneiras de integração da clonagem no
mercado de reprodução de células “naturais”, formando assim um clone. Os
clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um óvulo
fertilizado (Imagem 3). Um exemplo de evolução ocorreu quando Dolly (primeiro
mamífero a ser clonado) fez a demonstração de que a clonagem era possível,
abrindo a possibilidade da clonagem humana, isto é, produzir uma cópia
geneticamente idêntica a de outro ser vivo, a partir de uma célula somática
diferenciada. Cada DNA já tem no seu núcleo toda a informação genética para
gerar um novo ser. O DNA nas células fica extremamente condensado e organizado
em cromossomos. Com exceção das nossas células sexuais, o óvulo e o
espermatozóide que têm 23 cromossomos, todas as outras células do nosso corpo
têm 46 cromossomos. Em cada célula, temos 22 pares que são iguais nos dois
sexos, chamados autossomos e um par de cromossomos sexuais: XX no sexo feminino
e XY no sexo masculino (imagem 2). Estas células, com 46 cromossomos, são
chamadas células somáticas.Voltemos agora à nossa primeira célula resultante da
fusão do óvulo e do espermatozóide. Logo após a fecundação, ela começa a se
dividir: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante.
Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver
em um ser humano completo. São chamadas de totipotentes. Na fase de oito a
dezesseis células, as células do embrião se diferenciam em dois grupos: um
grupo de células externas que vão originar a placenta e os anexos embrionários,
e uma massa de células internas que vai originar o embrião propriamente dito.
Após 72 horas, este embrião, agora com cerca de cem células, é chamado de
blastocisto. É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade
uterina. As células internas do blastocisto vão originar as centenas de tecidos
que compõem o corpo humano. São chamadas de células tronco embrionárias
pluripotentes. A partir de um determinado momento, estas células somáticas –
que ainda são todas iguais – começam a diferenciar-se nos vários tecidos que
vão compor o organismo: sangue, fígado, músculos, cérebro, ossos etc. Os genes
que controlam esta diferenciação e o processo pelo qual isto ocorre ainda são
um mistério. O que sabemos é que uma vez diferenciadas, as células somáticas
perdem a capacidade de originar qualquer tecido. As células descendentes de uma
célula diferenciada vão manter as mesmas características daquela que as
originou, isto é, células de fígado vão originar células de fígado, células
musculares vão originar células musculares e assim por diante. Apesar de o
número de genes e de o DNA ser igual em todas as células do nosso corpo, os
genes nas células somáticas diferenciadas se expressam de maneiras diferentes
em cada tecido, isto é, a expressão gênica é específica para cada tecido. Com
exceção dos genes responsáveis pela manutenção do metabolismo celular
(housekeeping genes) que se mantêm ativos em todas as células do organismo, só
irão funcionar em cada tecido ou órgão os genes importantes para a manutenção
deste. Os outros se mantêm “silenciados” ou inativos.
A clonagem em si, é
uma das áreas mais estudadas atualmente para fins alternativos de medicina,
cura para doenças genéticas e crônicas, rejuvenescimento, ajuda na reprodução
em casais inférteis, entre outros benefícios. Apesar de todas os benefícios
citados, pesquisas também apontam uma série de desvantagens e podendo até
acabar prejudicando a perda da variabilidade genética, o envelhecimento precoce
dos clonados, elevado número de anomalias, os clones poderão ser alvo de
discriminação por parte da sociedade ou então graças à clonagem, a população
mundial poderá aumentar, o que significa que, os recursos naturais poderão
começar a esgotar-se mais rapidamente, pois existirá cada vez mais
pessoas no mundo.
TIPOS DE CLONAGEM
- Clonagem Terapêutica
A clonagem
terapêutica tem como objetivo a fabricação de diferentes tecidos através de
células-tronco produzida pelos blastocistos que não são inseridos no útero,
dessa forma, gerando uma cópia saudável de um tecido ou órgão para transplante.
No quesito que
abrange o tratamento por meio da clonagem terapêutica a vantagem se dá pelo
fato de que se o doador for a própria pessoa que está sendo tratada evitaria a
rejeição, entretanto, estudos ainda indicam limitações, como no caso de doenças
genéticas em que impossibilitaram a técnica aplicada, além de doenças como o
mal de alzheimer onde não se sabe a procedência das células geradas. Portanto,
A clonagem terapêutica apresenta grande potencial para a aplicação humana, mas
antes de ser implementada por completo no tratamento clínico geral é necessário
maior pesquisas na área.
- Clonagem Reprodutiva
Considerada a mais
polêmica, a clonagem reprodutiva por sua vez tem o intuito de gerar um novo
indivíduo idêntico a um anterior. Diferentemente da terapêutica, um óvulo
contendo material genético alterado, ou seja, com seu núcleo contendo uma
célula somática provida pelo indivíduo a ser clonado, é inserido em um útero
para seu desenvolvimento (ZATZ, 2004).
CLONAGEM REPRODUTIVA
ANIMAL
Após o anúncio da
clonagem da ovelha Dolly, muitos outros testes e clonagens de mamíferos foram
realizadas. Quando a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, com
êxito trouxe à vida as clones bovinas Vitória e Brasília se abriu a
possibilidade de se fazer uso das técnicas de clonagem para o setor produtivo
de leite e carne. De acordo com o IBGE, a exportação do Brasil de carnes de
bovinos frescas ou refrigeradas somaram valores de cerca de R$ 46,1 bilhões no
ano de 2015. Sendo o Brasil um dos maiores exportadores desse tipo de
produto, a clonagem poderia favorecer e aumentar ainda mais as produções, não
somente deste mas também de diversos produtos de origem animal, quando clonados
animais de grande nível de produção.
Um exemplo seria o
caso da vaca Lenda, uma vaca leiteira holandesa que nasceu em 1995 numa fazenda
em Goiás, no qual em seus sete anos de vida produziu cerca de 40 mil litros de
leite, mais de cinco vezes mais que uma vaca normal produziria nesse período, e
ainda deu a luz a cinco bezerros, e quando morreu em 2002 seu dono recorreu a
Embrapa para sua clonagem, a questão é: Apesar do processo de clonagem ser
caro, ainda sim se tornou uma empreitada lucrativa, onde os animais com código
genético superior seriam usados como melhoradores de rebanhos, já que as
próximas gerações irão compartilhar do gene favorável.
Uma das empresas
pioneiras brasileiras a In Vitro Clonagem Animal fundada em 2005 ,já produziu
cerca de 163 clones de bovinos e 9 de equinos, com o preço médio de 58 mil
reais para a clonagem de uma vaca ou touro (podendo decair o preço se mais
outros embriões tiverem sucesso no mesmo processo) e 100 mil reais para a cópia
de um cavalo, uma vez que o processo é mais complexo e ineficiente, a empresa
também é procurada por criadores para o armazenamento do DNA de animais, uma
forma de “seguro biológico”, para a clonagem futura de bovinos,equinos,caprinos,ovinos
e até mesmo animais de estimação.
Na Área de Clonagem
de pets, a empresa que se destaca é a sul-coreana “Sooam Biotech Research
Foundation”, que apesar de também trabalhar com bovinos e suínos já efetuou a
clonagem de mais de 700 cachorros com o custo de 100 mil dólares por cópia.
Pesquisadores da empresa afirmam que cada vez mais espécies estão entrando no
processo de clonagem, e que num futuro próximo uma criação em massa de animais
transgênicos irá baratear a produção de medicamentos, além de trazer outros
benefícios a humanidade.
Outra empresa que
visa o mercado de animais de estimação é a ViaGen Pets, uma multinacional
americana que possui uma unidade no Brasil, seus serviços oferecem a clonagem
de cães e gatos, sendo o preço estimado por 50 mil dólares por cão e 25 mil
dólares por gato.
Contudo, apesar da
clonagem reprodutiva num primeiro momento apresentar grande impacto na pecuária
mundial e no âmbito geral das pesquisas genéticas que visam a produção de
animais transgênicos e o resgate de espécies em extinção, o processo ainda
enfrenta diversas dificuldades. Com empresas emergentes no mercado de clonagem
e grandes investimentos por parte dos governos, a clonagem em alta escala
encontra barreiras no que tange a taxa de sucesso, seguindo com menos de 10% de
êxito (GUILLOMOT, LEWIN, et al, 2016) justificando seu preço elevado, e
também conta com diversos casos de clones que apresentam comportamento
diferenciados dos animais originais realçando a necessidade do desenvolvimento
da área, que está em constante evolução.
CLONAGEM HUMANA E
ÉTICA
Desde que a clonagem
de mamíferos se tornou realidade, houve um crescimento desmedido de discussões
sobre uma possível clonagem de humanos. Diversas tentativas de clonagem de
animais acabaram fracassando antes do parto e em certos casos após o
nascimento, há um aparecimento de anormalidades patológicas nos animais
causando uma morte prematura, o que não é aceitável em uma pessoa. Além disso,
a clonagem humana se depara com outras questões éticas como possível surgimento
de transtornos mentais ao clone, já que pode ser requisitado a ele habilidades
e características de seu “modelo” fragilizando sua identidade.
Mais um ponto
controverso é o uso de embriões para pesquisa científica que acarreta
discussões sobre a legalidade do processo. Num debate na Assembléia Geral,
Birhanemeskel Abebe, representante destacado da missão da Etiópia na ONU, pediu
uma banimento total, dizendo: "Todo ser humano tem valor e dignidade
intrínsecos desde a concepção até a morte natural. A destruição de embriões
para fins de pesquisa é um desrespeito fatal à vida humana".
- ALÉM DOS LABORATÓRIOS
No que diz respeito a discussão sobre a
clonagem participante no mercado global e as pesquisas para o aprimoramento da
técnica em diversas áreas no futuro, governos e órgãos vem discutindo bastante
sobre o assunto ao longo das últimas décadas.
De
acordo com Bennett, "a globalização cria uma clara necessidade de um
elevado grau de cooperação internacional", por isso, cabe a Organização
das Nações Unidas estabelecer regras ao que tange as práticas de clonagem. No
ano de 2001 uma conferência na ONU estabeleceu a proibição de todas as formas
de clonagem humana, mesmo para fins médicos, alegando ser incompatível com a dignidade
e proteção da vida humana. A votação por parte da Assembleia foi dividida, com
84 votos a favor, sendo os principais ativistas da causa os Estados Unidos e
Costa Rica, 34 votos contra e 37 abstenções. Contudo, países como a Bélgica,
China e o Reino Unido se opuseram à medida, alegando ser contra somente a
clonagem reprodutiva, propondo que cada país tenha sua própria legislação sobre
a clonagem terapêutica, o que por fim culminou na aprovação da ONU ,desde que
não afronte a dignidade humana.
Já no campo
religioso, o Vaticano se declara abertamente contra qualquer medida que envolva
clonagem, alegando que a clonagem de embriões humanos objectiva a sexualidade
do homem e modifica a vida humana, assim dito pelo Papa João Paulo II
"A vida humana não pode ser vista como um objecto de que se possa
dispor arbitrariamente, mas como a realidade mais sagrada e inviolável que
existe sobre a face da terra. Não pode haver paz, quando falta a salvaguarda
deste bem fundamental... à [lista das injustiças do mundo] há que acrescentar
as práticas irresponsáveis de engenharia genética, tais como a clonagem e o uso
de embriões humanos para a investigação, procurando justificá-las com um apelo
ilegítimo à liberdade, ao avanço da cultura, ao fomento do progresso humano. Quando
os sujeitos mais frágeis e indefesos da sociedade sofrem tais atrocidades, a
própria noção de família humana, assente nos valores da pessoa, da confiança e
do respeito e auxílio recíprocos, acaba por ficar gravemente danificada. Uma
civilização baseada sobre o amor e a paz deve opor-se a estas experimentações
indignas do homem".
CONCLUSÃO
Apesar de tamanhos
avanços nas pesquisas relacionando a clonagem com os benefícios, ainda assim
podemos ver várias discordâncias provindas da própria sociedade onde julga a
clonagem como “ A manipulação da vida e a modificação genética da espécie
Humana”, alegando que alimentos e seres vivos estão sendo modificados
geneticamente, e sendo incorporados à lógica do mercado globalizado ou da “nova
economia”.
Produtos da aplicação das mais
avançadas biotecnologias já utilizadas no reino vegetal e animal à espécie
humana, a clonagem, segundo algumas pessoas, dizem que “ representa um
abuso de poder econômico, político e cultural”.
Contudo, podemos dizer que tais acontecimentos
geram e irão gerar cada vez mais discordâncias por todo o mundo,
já que a prática foi banida em apenas 30 países ao redor do planeta. Por outro
lado, podemos esperar que em um futuro distante algumas melhorias também possam
serem vistas, como por exemplo a exclusão de algumas doenças.
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